Gilberto Freyre Neto
Coordenador geral de projetos da Casa Museu Magdalena e Gilberto Freyre
A voz do folclore brasileiro desde os anos 40. Nascida em 1925, produziu discos, programas de rádio e TV. Estudou biblioteconomia e até hoje ensina folclore brasileiro nas faculdades de São Paulo. Em 1980 foi exibido o primeiro programa “Viola, Minha Viola”, no ar até hoje na TV Cultura.
Durante seis semanas, parte da equipe do projeto passou uma média de dez horas diárias entre quatro paredes brancas de fundo infinito, com isolamento acústico, sem janelas. O estúdio de 81,5 m2, na Vila Mariana, em São Paulo, foi ocupado por três meses.
Poeta e fundador da Cooperifa “É difícil explicar isso para quem nunca foi lá [na Cooperifa]. É um abraço, um sorriso, uma troca de olhares: ‘Oi, eu falo poesia para você e você fala para mim’. Estamos refundando a amizade, a troca de ideias.” Entrevista realizada no dia 27 de maio de 2010 no estúdio Cine & Vídeo, em São Paulo. Sérgio Vaz é o poeta que criou o Sarau da Cooperifa em 2001. O evento é realizado todas as quartas-feiras, às 20h, no bar de Zé batidão, na Chácara Santana, bairro na periferia da zona sul de São Paulo. O sarau deu origem à Cooperifa, uma organização que pretende difundir cultura e sensibilizar pela qualidade de vida nas favelas e áreas periféricas. Vaz já promoveu outros eventos pela Cooperifa: Cinema na Laje, Poesia no Ar, entre outros. Blogueiro, ele se tornou uma espécie de “cara da periferia”, com ações e discursos que influenciam muita gente. Tem um livro publicado, “O Colecionador de Pedras” (2007). Blog: colecionadordepedras1.blogspot.com Twitter: @poetasergiovaz Algumas realizações de Sergio Vaz Imagem do sarau da Cooperifa em 2010, balões com poesias dentro no projeto Poesia no Ar e a capa do livro “Colecionador de Pedras” (2007) Trechos da entrevista “Começou com o sarau, que era o encontro dos poetas, acabou virando o Movimento dos Sem Palcos, porque as pessoas vinham de outros bairros, de outras quebradas, e ‘Ah, tem um lugar ali que você pode falar e tal’, estas coisas todas. E o que aconteceu é que foi chegando poetas e foi chegando artistas de todas as artes, então chegou o pessoal que gosta de cinema, que gosta de teatro, pessoal que gosta de música e a gente começou a imaginar o que a gente ia fazer para abrigar todos, porque ‘Pô, tá acontecendo algo mágico com a poesia. E o cara do teatro, e o cara do cinema?’” “A literatura da periferia difere um pouco da literatura acadêmica, não só pela crase, pelo ponto, pelo ponto e vírgula; difere pelo sentimento. Quando você lê um livro e neste livro do escritor da perifa está falando que o cara levou um tiro, parece que você sente o sangue escorrendo na página. Quando o cara fala que está dentro do ônibus, você sente o suor dele. Quando a pessoa diz que ama, você sente o barulho do coração. Então não é uma literatura melhor, ela é intensa.” Palavras mais faladas na entrevista Para que se tenha uma ideia do que foi dito e destacado pelo entrevistado, utilizamos um sistema de visualização chamado “Nuvem de Palavras”. Quanto mais vezes uma palavra é dita, maior ela aparece. O que já disseram sobre ele “Vaz começou tomando uma fábrica interditada, em 2001, para fazer uma mostra cultural. Depois, vagou por muitos botecos, até instalar-se no bar do Zé Batidão, na Piraporinha, Zona Sul de São Paulo. O bar é passado e futuro para Vaz. Foi lá que ele trabalhou dos 12 aos 22 anos, no balcão, quando o dono era o pai. Um patrão implacável, mas também grande leitor, o pai ao mesmo tempo oprimiu e inspirou. Enquanto os meninos perseguiam na várzea o sonho que também era dele, Vaz escrevia furiosamente em papel de pão. Ao conhecer mais personagens reais do que qualquer escritor sonharia, o palmeirense acabou virando poeta.” Eliane Brum, jornalista, na revista Época (2009) http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI63130-15228-1,00-SERGIO+VAZ+O+POETA+QUE+AGITA+VIDA+CULTURAL+DA+PERIFERIA+DE+SAO+PAULO.html “Os poetas que já fazem parte há algum tempo da Cooperifa repetem o ato de Márcio Batista de passar pelas mesas cumprimentando todos os que estão presentes, mesmo que desconhecidos. E para que as apresentações se iniciem, Sérgio Vaz, o mestre de cerimônias durante todo o evento, vai ao microfone e pede silêncio total a todos para a poesia começar103. Qualquer um que decida declamar deve se dirigir a Sérgio Vaz ou a Márcio Batista para ser chamado ao palco, sendo permitido que se declame mais de uma vez.” Érica Peçanha do Nascimento, pesquisadora de antropologia social, em dissertação apresentada à USP (2006) http://www.edicoestoro.net/attachments/057_LITERATURA%20MARGINAL%20-%20OS%20ESCRITORES%20DA%20PERIFERIA%20ENTRAM%20EM%20CENA.pdf Outros conteúdos relacionados a Sérgio Vaz Trecho do documentário “Povo Lindo, Povo Inteligente!”, sobre a Cooperifa – DGT Filmes (2009) http://www.youtube.com/watch?v=9VnbT79y73o Reportagem sobre o Sarau da Cooperifa e entrevista com Sergio Vaz – Viva Favela (2010) http://www.vivafavela.com.br/materias/cooperifa-quilombo-do-s%C3%A9culo-xxi Marília Gabriela entrevista Sergio Vaz – GNT (2009) http://mais.uol.com.br/view/za8mzap1o6jj/marilia-gabriela-entrevista-sergio-vaz–cooperifa-p2-04023472E4B92366?types=A& Apresentação de slides sobre a Cooperifa e a origem do termo “perifa” (2010) http://www.slideshare.net/abrapira/sarau-da-cooperifa
A economista é representante da Fundação Ford no Brasil, organização privada, sem fins lucrativos, criada nos EUA em 1936 para ser uma fonte de apoio a pessoas e instituições inovadoras em todo o mundo. “Tem que saber escolher um projeto, ficar do lado dele e apoiar pelo tempo necessário até que vingue”, conta.
Natural de Minas Gerais, o engenheiro e artesão de instrumentos musicais de cordas – violões, violas, bandolins e cavaquinhos – estudou marcenaria nos EUA e mais tarde aprendeu técnicas de luthieria com um mestre japonês. Desde então, produz de 20 a 25 instrumentos por ano e ministra cursos relacionados a instrumentos musicais especÃficos.