Thomaz Farkas

Fotógrafo

“Eu tinha uma C14 com uma plataforma em cima. Daí nós percorremos o Brasil todo filmando, fotografando e fazendo uma espécie de cobertura interessante sobre as pessoas, os costumes e os usos, sobre como era o Brasil”

Entrevista gravada no dia 30 de maio de 2010 no estúdio Cine & Vídeo, em São Paulo.

Thomaz Farkas é fotógrafo, professor, produtor e diretor de cinema. Imigrante húngaro, seu pai foi o fundador da Fotoptica, uma das primeiras lojas de equipamentos fotográficos de São Paulo. Farkas nasceu em Budapeste, em 17 de outubro de 1924, e chegou ao Brasil em 1930. Ao mesmo tempo que fazia exposições de fotos, experimentava dirigir filmes. Depois da mostra “Estudos Fotográficos”, no Museu de Arte de Moderna de São Paulo (MAM/SP), em 1949, teve sete de suas imagens incluídas na coleção do Museum of Modern Art (MoMA/NY). Estudou engenharia mecânica na USP nos anos 50. Em 1960, assumiu a direção da Fotoptica e fotografou a construção e inauguração de Brasília. Em 1964 (até 1972), liderou o projeto de cultura popular Caravana Farkas, em que produzia documentários pelo interior do Brasil, vários deles premiados. Dirigiu a Cinemateca Brasileira de São Paulo nos anos 90 e já teve vários livros lançados com coleções de fotos e análises sobre sua obra.

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Algumas realizações de Farkas

Farkas em ação num campo de futebol (década de 60)Fotografia de Thomaz Farkas (1940)Capa e imagem interna da revista Fotoptica
Farkas em ação na década de 60 num campo de futebol, fotografia dele de 1940 e uma capa da revista Fotoptica

Trechos da entrevista

“A Revista Fotoptica nasceu comigo. Nós começamos a fazer a Revista Fotoptica porque era um meio de promover a fotografia, promover a firma. Fizemos cento e tantos números desta revista, eu tenho isso arquivado. E era uma coisa muito interessante, muito produtiva e a revista era muito… como é que eu vou dizer?… era universal”

“[Fotografia] era uma coisa muito pessoal. Quando a gente vendeu a Fotoptica, eu fiquei com uma parte pequena de dinheiro, muito pequena, mas serviu para eu começar a minha vida. Aí eu mexi com fotografia, mexi com cinema, mas nunca fui repórter. Eu não sou uma pessoa que ganhou dinheiro com isso, eu ganhei muita experiência, agora dinheiro não foi por aí.”

Palavras mais faladas na entrevista

Para que se tenha uma ideia do que foi dito e destacado pelo entrevistado, utilizamos um sistema de visualização chamado “Nuvem de Palavras”. Quanto mais vezes uma palavra é dita, maior ela aparece.

Palavras mais faladas

O que já disseram sobre ele

“Farkas foi o mecenas e o arquiteto de um novo cinema documentário que nasce em São Paulo no início dos anos 60, a partir de duas vertentes: a que vem do cinema clássico de Dziga Vertov até Jean Rouch e, por outro lado, a vertente principal, que nasce em 1958 na Escola de Santa Fé, com Tiré Dié, obra de Fernando Birri. Sua figura de mestre da arte fotográfica e aprendiz da realidade por descobrir nos serviu de modelo para enfocar um mundo que estava em nossa volta, oculto pelo véu dos cinejornais institucionais.”
Maurice Capovilla, cineasta, em depoimento à produção do projeto

“Como fotógrafo, ainda que tardiamente, Thomaz já foi reconhecido. Como produtor, cabe destacar a oportunidade sem limites que deu a jovens iniciantes como Sarno, Capovilla, Paulo Gil e eu. Ele nos deu total independência na escolha dos temas, no acabamento dos filmes e sua montagem. Colocou a mão no próprio bolso, numa época sem leis de incentivo. E teve a iniciativa, mais uma vez com seu próprio dinheiro, de transferir todos os documentários para suporte magnético, primeiro analógico, depois digital.”
Sérgio Muniz, cineasta, em depoimento à produção do projeto

“Não existe nenhuma incoerência em dizer que um húngaro nascido em Budapeste é o mais brasileiro dos brasileiros. Projeto Farkas merece a atenção geral do espectador em seu todo. Não apenas pelo valor intrínseco das obras, como pelo documento que representa um certo tipo de olhar sobre a realidade nacional. Não que todos esses curtas, médias e até mesmo um longa como ‘Andiamo in”merica’, de Sergio Muniz, possam ser agrupados sob uma linha estilística única. Não. São realizadores diferentes e, por mais que os unificassem preocupações em comum, desenvolveram estilos particulares, embora muitos tenham sido agrupados pelo rótulo de ‘cinema direto’ ou ‘cinema verdade’.”
Luiz Zanin Oricchio, jornalista e crítico de cinema, no Estadão (2010)
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100415/not_imp538417,0.php

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