Aílton Krenak

Fundador da ONG Núcleo de Cultura Indígena

“Os krenaks não são iguais aos xavantes, nem iguais aos bandeirantes, nem iguais aos ianomâmis. Eu sou krenak, mas eu não posso achar que eu sei o que é legal para os guaranis. Pergunta para os guaranis.”

Entrevista gravada no dia 24 de junho de 2010 no estúdio Cine & Vídeo, em São Paulo.

Ailton Krenak, índio da etnia krenak, é jornalista, produtor gráfico e líder indígena. Nasceu em Minas Gerais em 1954. Alfabetizou-se aos 18 anos, já com a família no Paraná. Na década de 1980, passou a se dedicar exclusivamente à articulação do movimento indígena. Em 1985, fundou a ONG Núcleo de Cultura Indígena (NCI). Em 1987, em meio às discussões da Assembleia Constituinte, foi autor de um gesto que comoveu a opinião pública: pintou o rosto de preto com pasta de jenipapo enquanto discursava no plenário do Congresso Nacional, em sinal de luto pelo retrocesso na tramitação dos direitos indígenas. Também participou da fundação da União das Nações Indígenas (UNI), do movimento Aliança dos Povos da Floresta e na criação da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço. Hoje é um dos mais conhecidos líderes indígenas do Brasil, atuando também como assessor para assuntos indígenas do governo de Minas Gerais.

Algumas produções de que participou

Krenak pinta o rosto de preto para discursas no Congresso Nacional, em 1987Imagem de uma aldeia da etnia krenaklogotipo da Rede Povos da Floresta
Aílton Krenak pinta o rosto de preto, em sinal de luto, para discursar no Congresso Nacional; imagem de uma aldeia da etnia krenak; e o logotipo da Rede Povos da Floresta

Trechos da entrevista

“A partir de uma coisa que nós temos chamada Núcleo de Cultura Indígena, que é uma iniciativa que nós começamos há 20 anos atrás – a de apropriar novas tecnologias, tipo internet, ponto de cultura, para algumas regiões na floresta – nós estamos concluindo agora uma ação legal que é a de formatar junto com pessoas de diferentes culturas, de diferentes lugares da Amazônia, pegando o Mato Grosso, Rondônia, Acre, Roraima, formatar com eles espaços que vão estar localizados dentro destas aldeias, onde as pessoas locais, na sua própria língua, na sua cultura local, vão poder interagir numa rede chamada Rede Povos da Floresta”.

“O secretário de Cultura do Estado de Minas Gerais me chamou em julho, agosto do ano passado: “Krenak, o governo vai iniciar uma série de ações agora de promoção da cultura e tem um segmento aí que a gente quer abordar, que são as comunidades indígenas, sei lá, fazer um seminário, chamar os antropólogos…”. Eu peguei e falei com ele assim: “Sei lá, este papo de seminário, chamar um antropólogo, chamar não sei o quê, isso me parece uma visão tão clínica, tipo assim: ‘Ah, estou com uma dor aqui, vou no médico para perguntar o que eu tenho'”.

Palavras mais faladas na entrevista

Para que se tenha uma ideia do que foi dito e destacado pelo entrevistado, utilizamos um sistema de visualização chamado “Nuvem de Palavras”. Quanto mais vezes uma palavra é dita, maior ela aparece.

Palavras mais faladas

O que já disseram sobre ele

“Ele é um sábio, e há poucos sábios entre nós. Parece que Aílton Krenak conhece, de tempos imemoriais, os segredos mais ancestrais que a cultura dos brancos depois sistematizou, dissecou, ordenou à guisa de interpretação.”
Eugênio Bucci e Alípio Freire, jornalistas, na revista Teoria e Debate (1989)
http://www.fpabramo.org.br/node/496

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