Juliano George Basso

Produtor do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros

“Todos nós somos brasileiros, mas eles têm certas especificidades de pensamento, que, para nós (que temos
um pensamento mais científico, ocidental), é muito importante perceber, respeitar e poder aprender.”

Entrevista gravada no dia 30 de maio de 2010 no estúdio Cine & Vídeo, em São Paulo.

Juliano George Basso é cientista social e idealizador do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, na Vila de São Jorge, em Goiás. O primeiro encontro foi realizado em 2001, para reunir manifestações regionais de todo o país. Também é produtor do documentário “Pep Cahoc” (2007), sobre o rito de iniciação indígena do povo Krahô, e do álbum “Chapada dos Veadeiros”, com músicos dos grupos da região. Coordena o projeto de Registro de Patrimônio Imaterial da Caçada da Rainha, financiado pelo Iphan. É presidente eleito da Associação Comunitária de São Jorge (Asjor).

Algumas produções de que participou

logo do X Encontro de Culturas Tradicionais fachada da Casa de Cultura Cavaleiro de Jorgeinterior da Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge
Logo do X Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, de 2010; e imagens da fachada e do interior da Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge

Trechos da entrevista

“Eu tive, assim, a tristeza de poder me deparar com os avá-canoeiros, que são os nossos índios da região, o qual só sobraram cinco pessoas escondidas em cavernas, que eu tive contato há pouquíssimo tempo. Eu fui ver na comunidade quilombola dos calungas, completamente isoladas lá no seu lugar com suas festas, tradições. Isso fez com que me empenhasse em conhecer o lugar onde a Chapada dos Veadeiros, não só o lugar em si, mas São Jorge, o Alto Paraíso… E aí eu fui me dando conta e dimensão do tamanho da riqueza na qual a gente estava ali. Mas uma riqueza humana, da cultura.”

“Eu acho que é muito complicado, hoje em dia, até para a gente, entrar num projeto, num Siconv com notas, três orçamentos de empresas, toda essa burocracia que foi feita, dita, para não se desviar recursos públicos, mas, na verdade, isso contribui muito mais não para o não desvio de recursos públicos, mas para o inacesso às comunidades, aos mestres, aos grupos tradicionais. Então, hoje, a única maneira que está tendo são os prêmios, o prêmio que é feito pelo Ministério da Cultura, que funciona muito bem. Mas só tem isso – e olha que o governo é muito grande”

Palavras mais faladas na entrevista

Para que se tenha uma ideia do que foi dito e destacado pelo entrevistado, utilizamos um sistema de visualização chamado “Nuvem de Palavras”. Quanto mais vezes uma palavra é dita, maior ela aparece.

Palavras mais faladas

O que já disseram sobre ele

“Juliano chegou em São Jorge assim como tantos outros visitantes: em busca do ‘turismo místico’ da região (grande concentradora de hippies, ex-hippies, artistas, ufólogos…). Aluno de filosofia, filho de uma família tradicional sulista, criadora de gado, decide, junto a três amigos, deixar de ser visitante esporádico para tornar-se morador da vila.”
Blog Tateio, tá? (2009)
http://tateiota.blogspot.com/2009/04/entrevista-com-juliano-coordenador-da.html

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