Juca Ferreira

Ministro da Cultura (2008-2010)

“A cultura sempre foi vista como o perfume que emana de uma sociedade, sem ver toda a complexidade não só para produzir, como para veicular e para disponibilizar o acesso, para estruturar uma economia forte”

Entrevista gravada no dia 28 de setembro de 2010 na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Juca Ferreira é sociólogo. Toda a trajetória profissional foi dedicada à política, até ser secretário-executivo do Ministério da Cultura na administração Gilberto Gil – que substituiu em agosto de 2008. Juca encampou políticas iniciadas com Gil e ampliou o debate sobre a reformulação da Lei Rouanet e conseguiu a aprovação do Vale Cultura. Nascido na Bahia, foi líder estudantil e presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) durante a ditadura militar, o que o levou ao exílio de nove anos no Chile, Suécia e França, onde se formou cientista social, na Universidade Paris 1 – Sorbonne. Trabalhou em diversos projetos socioambientais, como o Projeto Axé e o SOS Chapada Diamantina, ambos na Bahia, e liderou o Jardim das Folhas Sagradas, projeto ecológico e antropológico ligado aos terreiros de Candomblé. Antes de ser chamado para o ministério Gil, era vereador da cidade de Salvador.

Coisas que fez

logo do projeto ecológico Jardim das Folhas SagradasPropaganda da discussão de reformulação da Lei RouanetImagem do cartão do Vale Cultura

Logotipo do projeto ecológico Jardim das Folhas Sagradas, que Juca liderou nos anos 90; propaganda da discussão sobre a reforma da Lei Rouanet e imagem do cartão do Vale Cultura, que dá uma quantia mensal a trabalhadores para ser investido em cultura

Trechos da entrevista

“Pouco mais de 5% dos brasileiros entrou alguma vez num museu, só 13% dos brasileiros vão ao cinema com uma frequência em torno de uma vez por mês, só 17% dos brasileiros compram livros – uma média de 1,7 livro per capita ano -, mais de 90% dos municípios brasileiros não têm um cinema sequer, não têm teatro… Então é preciso reestruturar o Brasil para que o acesso a cultura seja considerado um investimento na sociedade. Isto não é despesa. Isto é investimento. E vários dos países emergentes estão investindo para que dentro de pouco tempo eles estejam entre os cinco maiores produtores de conteúdos culturais do mundo.”

“O que nós fizemos, se você pegar uma escala de 1 a 100, dá 36,7 mais ou menos de caminho percorrido. É muito pouco! Nós temos que criar uma estrutura propensa ao desenvolvimento cultural no país. (…) É preciso modernizar o direito autoral, precisa modernizar a disponibilização de recursos pelo Estado, é preciso revisitar todo o sistema regulatório para possibilitar que, de fato, as economias culturais sejam saudáveis, acessíveis a todos e que seja exercida a livre concorrência, seja estimulado o empreendedorismo do pequeno, médio e grande.”

Palavras mais faladas na entrevista

Para que se tenha uma ideia do que foi dito e destacado pelo entrevistado, utilizamos um sistema de visualização chamado “Nuvem de Palavras”. Quanto mais vezes uma palavra é dita, maior ela aparece.

Palavras mais faladas

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