Ivam Cabral

Fundador e diretor da cia. teatral Os Satyros

“Os nossos teatros na praça Roosevelt vivem lotados e é um fenômeno. O que vai acontecer eu não sei, mas eu acho que a classe média começou a ter poder também de decisão, já não é tão massificada.”

Entrevista gravada no dia 16 de abril de 2010 no estúdio Cine & Vídeo, em São Paulo.

Ivam Cabral é ator e dramaturgo. Tem formação em Artes Cênicas pela PUC-PR, depois mestrado em prática teatral pela ECA-USP. Fundou em 1989 com o diretor Rodolfo Garcia Vázquez a Cia. Os Satyros, em São Paulo, cujo primeiro espetáculo, “Sades ou Noites com os Professores Imorais”, baseado em textos do Marquês de Sade, já antecipava a linha de trabalho do grupo, apoiada na diversidade sexual e na libertinagem. A cia ocupou um espaço antes abandonado da Praça Roosevelt, no centro da cidade e, após aportes seguidos de recursos públicos, a praça se tornou ponto de encontro da classe teatral paulistana. Ivam organizou a pesquisa dos Satyros em um livro, “O Teatro de Ivam Cabral – Quatro Textos para um Teatro Veloz” (Imprensa Oficial, 2006). Em 2009, o Governo do Estado de São Paulo criou a SP Escola de Teatro após diversas conversas com Os Satyros. Ivam é diretor artístico da escola, hoje instalada no Brás, com migração prevista para a Praça Roosevelt em 2011.

Algumas produções de que participou

Ivam na peça "Transex" (2005)Livro "O Teatro de Ivam Cabral" (2006)Entrada do Espado dos Satyros UmPraça Roosevelt, em São Paulo
Ivam Cabral no espetáculo “Transex” (2005), o livro “O Teatro de Ivam Cabral” (2006), fachada do Espaço dos Satyros 1 e a Praça Roosevelt lotada durante o evento Satyrianas 2009

Trechos da entrevista

“O exemplo da música eu acho que é bacana, o exemplo da televisão também é bacana. A Globo antes, ela… Hoje ninguém mais vê novela, assim, dos meus amigos ou das pessoas que eu conheço – e é verdade isso. Ir pra televisão, hoje, fazer alguma coisa, já não tem o mesmo peso que tinha há dez anos. Hoje eu tenho amigo que está fazendo novela da Globo, novela das 8, papel importante e que eu saio com ele na rua e não acontece nada. Já não tem mais aquela coisa que a Globo tinha há dez anos. Isso acontece no teatro também.”

“Eu acompanho blogs, por exemplo, de um pessoal do Amapá, que faz teatro. Do Piauí, tem um menino lá que eu adoro o blog dele, Lucas Celebridade, por exemplo – só a internet me daria isso. Eu sinto que esse pessoal que está produzindo coisas, eu não sei se só independente, mas eu acho que eles, independente de critério, independente de posição, talvez nesse sentido, mas alguma coisa está acontecendo…”

Palavras mais faladas na entrevista

Para que se tenha uma ideia do que foi dito e destacado pelo entrevistado, utilizamos um sistema de visualização chamado “Nuvem de Palavras”. Quanto mais vezes uma palavra é dita, maior ela aparece.

Palavras mais faladas

O que já disseram sobre ele

“É uma maravilha, uma maravilha! O Ivam Cabral é um gênio”
Paulo Autran, ator, aos 85 anos, no 3º Prêmio Bravo de Cultura (2007)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u333922.shtml

“A chamada diz, em outras palavras, que a Roosevelt se mostra uma alternativa para o teatro no plano dos negócios, com os botecos substituindo a ajuda do Estado. Opa! Que coisa mais estranha, né? Eu jurava que o Parlapatões tinha conseguido a sede lá na praça com ajuda da Petrobras (Rouanet) E do Fomento (verba municipal). E, olha que coisa!, o Parlapatões acabam de ganhar a décima quarta edição do Fomento! Gente, pra quê escrever projeto pro Fomento? Faz uma promoção de cerveja que tá tudo certo! A infelicidade de colocar este ‘modelo de negócios’ como alternativa ao incentivo público ainda é mentirosa. E não é só no caso dos Parlapatões. Studio 184 teve verba pra montar Heleny, Heleny, Doce Colibri (Não me pergunte por que, mas teve). E, por fim, os Satyros, pelo que eu me lembro, se apresentaram, em 2008, no Itaú Cultural e no Centro Cultural São Paulo e vão estrear a nova peça no Sesc, tudo bem remunerado.”
Juliene Codognotto, crítica teatral, na revista Bacante (2009)
http://www.bacante.com.br/blog/baixo-nivel-ii-ou-cade-a-apuracao-cuidadosa-que-estava-aqui/

“Idealizada e planejada por um coletivo de artistas – a partir de uma proposta feita diretamente pelo governador José Serra ao dramaturgo e ator Ivam Cabral, fundador do grupo Os Satyros numa de suas visitas ao espaço da trupe na Praça Roosevelt – trata-se de uma escola estadual, pública e gratuita, dirigida para jovens que tenham cursado o 2º grau. (…) Antes de mais nada, chama atenção o planejamento curricular, cuidadosamente elaborado, dia a dia, para os dois anos de formação regular, que tem como linhas mestras o conceito de artistas formando artistas, de não-hierarquização de funções e de integração e articulação entre os diversos saberes.”
Beth Néspoli, jornalista, no jornal O Estado de S. Paulo (2009)
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20091026/not_imp456301,0.php

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