Ivaldo Bertazzo

Coreógrafo

“Talvez o que me faça pertencer e estar inserido neste contexto brasileiro de artes é trabalhar com o cidadão dançante que não é profissional e com o jovem de periferia”

 

Vídeo indisponível.

 

Entrevista gravada no dia 28 de maio de 2010 no estúdio Cine & Vídeo, em São Paulo.

Ivaldo Bertazzo é educador corporal, bailarino, diretor teatral e coreógrafo. Paulistano, nascido em 1950, desde os anos 70 pesquisa o funcionamento do corpo e sua aplicação em manifestações artísticas por não-artistas, pessoas que ele chama de “cidadãos dançantes”. Em 1975, criou a Escola do Movimento, na qual ensina o chamado Método Bertazzo (ampliação de consciência e autonomia corporal). Desde então, até 1992, criou 24 espetáculos, tanto sofisticados, com bailarinos profissionais e aparato cênico, quanto de “dança-cidadania”, com não-bailarinos e espírito de mutirão. A partir de 1996, com o espetáculo “Cidadão Corpo”, passou a trabalhar a “identidade brasileira do movimento”, cujo conceito já gerou diversos espetáculos e a formação da Cia TeatroDança.

Algumas realizações do coreógrafo

"Cidadão Dançante" (2007)"Cidadão Corpo" (1998)"Kashmir Bouquet" (2008)Escola do Movimento
Cena do espetáculo “Cidadão Dançante (2007)”, capa do livro “Cidadão Corpo” (1998), imagem do espetáculo “Kashmir Bouquet” (2008) e o logotipo da Escola do Movimento

Trechos da entrevista

“[Meus bailarinos] não são exclusivamente este modelo do bailarino de uma companhia de dança que todos são um pouco padronizados, os corpos. Ele fala um pouco, ele toca instrumento, ele é um pouco ator, é um pouco músico. É com esse tipo de artista que eu sei trabalhar.”

“O jovem da periferia, mas também o jovem de uma classe, eles já não sentam direito numa cadeira, mastigam assimetricamente, respiram pela boca, têm lordose tanto cervical como lombar graves, os pés não têm propulsão. Isto é um problema. Nós somos muito sedutores, cheio de axé, um gingado como ninguém, ritmistas, mas o corpo brasileiro traz aspectos deficientes por falta de investimento em saúde e uma cultura de corpo que é recente, faz 20, 30 anos que existe. Então eu quis trabalhar com esse jovem.”

Palavras mais faladas na entrevista

Para que se tenha uma ideia do que foi dito e destacado pelo entrevistado, utilizamos um sistema de visualização chamado “Nuvem de Palavras”. Quanto mais vezes uma palavra é dita, maior ela aparece.

Palavras mais faladas

O que já disseram sobre ele

“Como ele dá aula para a nata da sociedade, os contatos ajudam na hora de brigar por patrocínio”
Raul Barreto, ator do Parlapatões, na revista Veja (2000)

“O Ivaldo sempre aproveitou o carisma para comercializar bem seu trabalho”
Suzana Braga, crítica de dança, na revista Veja (2000)
http://veja.abril.com.br/111000/p_166.html

“As bases teóricas empregadas por ele estão apoiadas, em grande medida, nas idéias das décadas de 50 e 60, quando muitos pensadores se voltaram para o movimento do corpo e sua relação com o entorno. Tais teorias se valeram de métodos surgidos no pós-guerra, como o de Françoise Méziéres, que propôs a reeducação postural como forma de compreender o ser humano em sua globalidade”
Inês Vieira Bogéa, diretora da São Paulo Companhia de Dança, no jornal Unicamp Hoje (2008)
http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/abril2008/ju393pag04.html

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