Paulo Henriques Britto

Poeta e tradutor

“Por questão de direitos autorais, todo livro editado no Brasil está escrito no verso: ‘Este livro não pode ser vendido em Portugal’. Muita coisa é traduzida lá e não chega aqui – isso é uma coisa lamentável”

Entrevista gravada no dia 30 de abril de 2010 no estúdio Cine & Vídeo, em São Paulo.

Paulo Henriques Britto é poeta, tradutor e professor de tradução, criação literária e literatura brasileira na PUC-Rio, que lhe concedeu em 2002 o título de Notório Saber. É formado em português e inglês na mesma universidade. Nascido em 12 de dezembro de 1951 no Rio, morou por dois períodos nos Estados Unidos – entre 1962 e 64 e entre 1972 e 73, quando teve acesso ao inglês, língua da qual e para a qual traduz. É tradutor de mais de cem livros, entre eles “O Som e a Fúria”, de William Faulkner, “Introdução, tradução e notas”, de Lord Byron, e “Uma Arte”, de Elizabeth Bishop, trabalho que ganhou indicação ao Prêmio Jabuti de obra traduzida.

Algumas produções de que participou

"Uma Arte", de Elizabeth Bishop"Animal Agonizante", de Philip Roth"Macau", de Paulo Henriques Britto
Capas dos livros “Uma Arte”, de Elizabeth Bishop, e “Animal Agonizante”, de Philip Roth, traduzidos por Britto; “Macau” é um de seus livros de poesia

Trechos da entrevista

“Quando eu comecei a atuar, ainda havia muita disparidade, havia tradutores bons e tudo, mas havia muitas traduções mal feitas. A editora não tinha a ideia de que uma má tradução podia matar um livro, que um livro mal traduzido é um livro que vai ser rejeitado pelo mercado. De lá para cá, eu acho que a nossa indústria editorial melhorou muito, ela cresceu e amadureceu. As editoras hoje em dia têm consciência de que o produto-livro bem traduzido é uma coisa que vai valer muito mais.”

“O papel da escola não é ensinar gramática. Acho que gramática a pessoa tem que estudar mais adiante. Eu acho que na escola, no ensino fundamental, no ensino básico – não sei como é que chama agora, primário, sei lá -, é botar a criança para ler e desenvolver hábito de leitura. As escolas deviam ter bibliotecas, as crianças deviam adquirir o hábito de pegar o livro emprestado, ler o livro, devolver o livro. Este culto à biblioteca é importantíssimo.”

Palavras mais faladas na entrevista

Para que se tenha uma ideia do que foi dito e destacado pelo entrevistado, utilizamos um sistema de visualização chamado “Nuvem de Palavras”. Quanto mais vezes uma palavra é dita, maior ela aparece.

Palavras mais faladas

O que já disseram sobre ele

“O projeto poético de Paulo Henriques Britto ganha prosseguimento e renovação. Sua já conhecida predileção por formas fixas vem de novo acompanhada por imagens prosaicas e um bom humor folgado.(…) O autor dialoga com a tradição modernista – principalmente com Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira e Mário de Andrade -, mas também com João Cabral de Melo Neto, como evidencia o poema ‘Fisiologia da composição’.”
Site da Companhia das Letras, sobre o livro “Macau”
http://www.companhiadebolso.com.br/detalhe.php?codigo=11675

“Se James Brown era ‘the hardest working man in show business’, Britto é o James Brown das letras brasileiras.”
Pedro Sette Câmara, tradutor, no Portal Literal (2009)
http://portalliteral.terra.com.br/artigos/paulo-henriques-britto

“Paulo Henriques Britto abafou na Flip 2005. Levou a nocaute dois ‘poetas’ que participavam da sua mesa e saiu ovacionado, e até um pouco constrangido, de Parati. Paulo Henriques Britto se consagrou como tradutor, mas sua poesia ganhou impulso na Companhia das Letras, a ponto de lhe conceder um Portugal Telecom, de valor polpudo, em 2004.”
Julio Daio Borges, editor do Digestivo Cultural (2007)
http://www.digestivocultural.com/arquivo/nota.asp?codigo=1342

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