Gérald Perret

Presidente da Sociedade de Cultura Artística

“Eu me dei conta de que os públicos são diferentes. Se não se tem muito cuidado, acaba esvaziando o concerto de um brasileiro que, numa outra sala, destinada para outro público, funcionaria muito bem.”

Entrevista gravada no dia 11 de junho de 2010 no estúdio Cine & Vídeo, em São Paulo.

Gérald Perret é o superintendente da Sociedade de Cultura Artística desde 1979, quando o sogro o convidou para o cargo. Perret nasceu em Rolle, na Suíça, em 1945, e se diz apaixonado pela cultura brasileira desde criança, quando teria assistido ao filme franco-brasileiro “Orfeu Negro”. Mais velho, quando estudava no Institut des Hautes Études Internationales (HEI), em Genebra, conheceu a brasileira Camilla Silva Telles, com quem casou. Chegou ao Brasil em 1971. Administra a Cultura Artística desde quando faliu a TV Excelsior, que alugava o teatro. Durante as últimas três décadas, programou as temporadas de música clássica e fez a curadoria de peças de teatro voltadas à elite paulistana. Desde 2008, quando o teatro pegou fogo (que só poupou o afresco de 48 metros de largura de Di Cavalcanti, na fachada), capta recursos via Lei Rouanet (que já chegaram a R$ 75 milhões) para a reinauguração da sala, prevista para 2011.

Algumas produções de que participou

Imagem da peça "O Avarento", com Paulo Autran (2007)logo da Sociedade de Cultura ArtísticaImagem do musical "Aída" (2008)
Imagem da peça “O Avarento” (2006), com Paulo Autran; o logotipo da Sociedade de Cultura Artística; e uma imagem de divulgação do musical “Aída” (2008), que representa bem os grandes espetáculos que a Cultura abriga

Trechos da entrevista

“Eu estou muito orgulhoso que o teatro marcou um monte de coisas muito importantes. Teve o Fagundes que fez trabalhos fantásticos. Eu queria relembrar também do Paulo Autran, que fez ‘O Avarento’, que para mim foi um dos espetáculos da minha vida – de tudo o que eu vi lá fora e de tudo o que eu vi aqui no Brasil, uma das coisas mais perfeitas que eu vi foi aquela peça, que estava redonda, que estava bem encenada, bem dirigida, um primor.”

“Eu em São Paulo não sei muito bem o que acontece em Recife. Eu sei que tem coisas importantes, mas eu não sei muito bem. Agora, com este projeto que a gente desenvolve no interior do Estado de São Paulo, desde o início eu tinha colocado uma coisa que eu queria: era não chegar como alguém da capital que vem mostrar alguma coisa. Eu achava importante a gente procurar na região uns artistas de qualidade que pudessem participar. A gente conseguiu em algumas cidades, mas também fui descobrindo que muitas cidades não têm muita coisa.”

Palavras mais faladas na entrevista

Para que se tenha uma ideia do que foi dito e destacado pelo entrevistado, utilizamos um sistema de visualização chamado “Nuvem de Palavras”. Quanto mais vezes uma palavra é dita, maior ela aparece.

Palavras mais faladas

O que já disseram sobre a Cultura Artística

“O que determina, em principal, o mérito primeiro e a utilidade magnífica da Sociedade de Cultura Artística é a qualidade musical que ela impõe a São Paulo, se erguendo a pioneira na apresentação dos grandes virtuosos e agrupamentos musicais de celebridade mundial. (…) E si é incontestável que a vida musical paulista ainda se consegue manter numa elevação muito honrosa, ela o deve em parte decisiva ao exemplo e ação da Sociedade de Cultura Artística.”
Mário de Andrade, no site da Sociedade de Cultura Artística (sem data)
http://www.culturaartistica.com.br/sca_hist_soc.asp

“O Cultura Artística era a nossa referência, palco por onde grandes nomes passaram. Ao mesmo tempo, representava bem o que era São Paulo, pois tinha um público muito eclético, que abrigava uma plateia mais sofisticada, que apreciava música clássica, e um público mais popular, que ia para ver as peças de comédia.”
Elias Andreato, ator, na Folha de S. Paulo (2010)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u709913.shtml

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