Luiz Carlos Barreto

Produtor de cinema

“Tem uma frase interessante do Nelson Pereira: ‘Produtor no Brasil passou a ser sinônimo de cara que assina cheque’. Não é isso. Produtor é um co-autor, quase um alter ego do realizador, do diretor.”

Entrevista gravada no dia 11 de junho de 2010 no estúdio Cine & Vídeo, em São Paulo.

Luiz Carlos Barreto é fotógrafo e cineasta, com mais de 80 filmes no currículo. Com o tempo, tornou-se um dos mais influentes produtores de cinema do Brasil, sendo seu mais recente trabalho “Lula, o Filho do Brasil” (2009), concorrente brasileiro a uma indicação no Oscar 2011. Antes do cinema, Barreto foi repórter e fotógrafo na revista O Cruzeiro nos anos 1950 e 1960, quando cobriu a Copa do Mundo de 1950, no Brasil, e retratou personalidades como Pelé, Che Guevara, Marilyn Monroe, Frank Sinatra e Getúlio Vargas. Em 1961, iniciou no cinema com O Assalto ao Trem Pagador, filme dirigido por Roberto Farias do qual foi co-roteirista e co-produtor. A partir daí, produziu diversos longas importantes na cinematografia brasileira, como Terra em Transe, de Glauber Rocha, Memórias do Cárcere, de Nelson Pereira dos Santos, Dona Flor e Seus Dois Maridos – o recordista em bilheteria no país, com 11 milhões de espectadores – e O Que É Isso Companheiro?, de Bruno Barreto, Bye Bye Brazil, de Cacá Diegues, Menino do Rio, de Antônio Calmon, O Quatrilho, de Fábio Barreto, além de ter feito a direção de fotografia de Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos. Nascido em Sobral (CE), em 20 de maio de 1928, é casado com Lucy Barreto, com quem fundou a produtora LC Barreto Produções, pai dos diretores Bruno e Fábio e de Paula, também produtora.

Algumas produções de que participou

Foto de Luis Carlos BarretoCartaz de "Dona Flor e Seus Dois Maridos", produzido por Luiz Carlos BarretoImagem de "Vidas Secas", fotografado por Luiz Carlos Barreto

Cartaz de "Lula, o Filho do Brasil" (2009)Cartaz de "O Quatrilho" (1994)Cena de "Terra em Transe", de Glauber Rocha (1967)
Foto de Che Guevara, feita por Barreto na década de 1950, cartaz de “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976) e imagem de “Vidas Secas” (1963), em que Barreto fez a direção de fotografia; cartazes de “Lula, o Filho do Brasil” (2009), concorrente brasileiro ao Oscar 2010, e de “O Quatrilho” (1994), a primeira indicação brasileira ao Oscar na retomada do cinema nacional; cena do filme “Terra em Transe” (1967), de Glauber Rocha, com fotografia de Barreto

Trechos da entrevista

“O cinema marginal era muito mais uma coisa de querer ser o underground americano, de fazer um cinema esteticamente mais despojado, mais desarrumado, era uma coisa neste sentido. O cinema novo estava em busca de fazer um cinema narrativo que se comunicasse. Não adianta você fazer um cinema político que não se comunica, só para ser exibido para grupos seletos de privilegiados que entendessem uma linguagem revolucionária do ponto de vista de linguagem.”

“Você tem a cultura, a indústria cultural e você tem a cultura – vamos dizer, correspondente à agricultura familiar . É obrigação do Estado desenvolver pesquisas, renovação, formação de público, cinematecas, patrimônio histórico – isso é obrigação do Estado. Agora, a indústria cultural, e não é só o cinema, neste país nunca foi encarada, nunca foi planejada.”

Palavras mais faladas na entrevista

Para que se tenha uma ideia do que foi dito e destacado pelo entrevistado, utilizamos um sistema de visualização chamado “Nuvem de Palavras”. Quanto mais vezes uma palavra é dita, maior ela aparece.

Palavras mais faladas

O que já disseram sobre ele

“Ele nunca aceitou um cargo público. Prefere influenciar nas nomeações. O Barreto tem uma sensibilidade muito grande para navegar no mundo político.”
Roberto Farias
, diretor de cinema, presidente da Embrafilme por intermédio de Luiz Carlos Barreto – Revista Piauí (2009)
http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao_39/artigo_1206/Metade_Jesus_Cristo_metade_Al_Capone.aspx

“Havia um detalhe com o Barreto para o qual eu não tinha atentado: a família dele. Barreto trabalhava num esquema mais familiar do que cantina italiana. Além dos dois filhos diretores – o Bruno e o Fábio -, a mulher dele, Lucy, é produtora-executiva e a sogra, dona Lucíola, muito amiga do Amador Aguiar, o banqueiro, era a produtora, a levantadora da grana. Todo o mundo na família – exceto a filha Paulinha e o genro Cláudio Adão, que achou melhor continuar apenas jogando bola – trabalha com cinema. E, claro, mete o bedelho em todas as decisões.”
Walter Clark, produtor e executivo de TV, na sua autobiografia “O Campeão de Audiência”

“Barreto é um pouco filhote de Chateaubriand”
Walter Lima Jr., diretor, ao comentar sobre Assis Chateaubriand, patrão de Barreto na revista O Cruzeiro e que o levou a tiracolo em diversas viagens pela Europa e pelo Brasil na década de 1950 – Revista Piauí (2009)
http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao_39/artigo_1206/Metade_Jesus_Cristo_metade_Al_Capone.aspx

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