Luciana Tomasi

Cineasta e fundadora da Casa de Cinema de Porto Alegre

“É um horror a questão da captação. Não existe no Brasil uma empresa captadora eficiente, que tu largue os teus projetos lá e eles captem. Eu não tenho mais paciência de sair batendo com pastinha em empresa.”

Entrevista gravada no dia 23 de junho de 2010 no estúdio Cine & Vídeo, em São Paulo.

Luciana Tomasi é produtora de cinema. Nascida em 1959, formou-se jornalista em 1980, profissão que exerceu até 1987, quando fundou com mais dez cineastas o coletivo de produtoras que, em 1991, se uniria para tornar independente a Casa de Cinema de Porto Alegre. Depois da produção de vários filmes de menor penetração, o curta “Ilha das Flores” (1989), de Jorge Furtado (vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim, em 1990), fez com que Luciana conseguisse viver de cinema. A partir daí, participou de dezenas de filmes como produtora ou diretora, entre curtas e longas-metragens. Também trabalhou em séries de televisão, em parceria com a TV Globo, RBS, Columbia e Fox, entre outras emissoras. Produziu os programas de TV das campanhas políticas do PT entre 1992 e 2002.

Alguns filmes que já produziu

"Meu Tio Matou um Cara" (2004)"Saneamento Básico - O Filme" (2007)"Antes que o Mundo Acabe" (2009)
Imagens dos filmes “Meu Tio Matou um Cara” (2004), “Saneamento Básico – O Filme” (2007) e “Antes que o Mundo Acabe” (2009)

Trechos da entrevista

“A produtora tem que saber tudo o que está acontecendo, a produtora tem que saber um pouquinho de tudo, ela tem que estar por dentro do mundo, do que está acontecendo nos negócios de cinema, nas leis, em como é que está o mercado e, ao mesmo tempo, quem são as pessoas melhores, mais interessantes de determinados projetos, tem que conhecer perfis de pessoas, quais os atores que vão representar melhor.”

“Muitas coisas tu deixa de fazer em função do orçamento. O orçamento limita muito a beleza do filme, às vezes, na minha opinião, mas, como os nossos filmes tem conteúdo (não são simplesmente estética), não compromete. As pessoas gostam do mesmo jeito, mas a gente inventa muito em cima de poucos recursos.”

Palavras mais faladas na entrevista

Para que se tenha uma ideia do que foi dito e destacado pelo entrevistado, utilizamos um sistema de visualização chamado “Nuvem de Palavras”. Quanto mais vezes uma palavra é dita, maior ela aparece.

Palavras mais faladas

O que já disseram sobre ela

“Há algum tempo, os produtores da nova geração de cinema gaúcho desejavam ter aquela que, agora, é a Casa de Cinema, cuja inauguração acontece nesta terça-feira, às 21 horas, na Rua Lajeado, 776, com o telefone 31-9648. Sem querer transformar as pequenas produtoras cinematográficas gaúchas numa grande empresa de cinema (…), resolveram criar um espaço físico destinado à realização de filmes, onde houvesse intercâmbio de informações e se movimentassem as cópias dos filmes. Cada produtora desenvolverá, na Casa de Cinema, seu projeto, mas a intenção é de se promover projetos comuns, ainda indefinidos.”
Roberto Antunes Fleck, jornalista, no jornal Zero Hora (1987)

“A Casa de Cinema de Porto Alegre conseguiu um feito no mercado nacional. A empresa é uma das poucas fora do eixo Rio-São Paulo que, de fato, brilha nas telas brasileiras. Há mais de 15 anos, tornou-se sinônimo de qualidade. No currículo, tem 150 prêmios nacionais e internacionais, por trabalhos realizados na TV e no cinema. Alguns figuram nas antologias das melhores minisséries da Rede Globo, como Agosto (1993), Memorial de Maria Moura (1994), Luna Caliente (1999). No cinema,o mais recente sucesso foi ‘O Homem que Copiava’, uma produção de R$ 3 milhões, em que Luava Piovani, Leandra Leal, Pedro Cardoso e Lázaro Ramos encenam uma história divertida e com surpreendente desfecho.”
Eduardo Guimaraens, jornalista, na revista Forbes (2004)

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