André Midani

Executivo da indústria fonográfica

“Tem outro tipo de produtor cultural: é a pessoa que se encarrega de ser o companheiro do artista e o ajuda a conceituar sua música. Esse não vai atrás do dinheiro, vai atrás do talento.”

Entrevista gravada no dia 29 de abril de 2010 no estúdio Cine & Vídeo, em São Paulo.

André Midani está entre os principais executivos da história da indústria fonográfica brasileira. De 1955 a 2002, trabalhou em gravadoras como EMI, Odeon, Polygram (Philips) e Warner (Time Warner), no Brasil, México e Estados Unidos. Lançou João Gilberto e a bossa nova no mercado nacional, estava por trás de discos e cantores centrais da música popular brasileira (MPB) nos anos 60 e 70, como Elis Regina, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Chico Buarque, e depois emplacou, na década de 80, toda a geração do rock brasileiro. Nasceu em 25 de setembro de 1932, em Damasco, na Síria. Foi considerado pela revista Billboard, em 1984, uma das 90 pessoas mais importantes da história da indústria mundial de discos.

Alguns discos produzidos por Midani

Chega de Saudade (1959), João GilbertoElis & Tom (1974), Elis Regina e Tom JobimSeu Espião (1984), Kid Abelha e os Abóboras SelvagensKaya N'gan Daya (2002), Gilberto Gil
Capas de “Chega de Saudade” (João Gilberto, 1958), “Elis & Tom” (1974), “Seu Espião” (Kid Abelha, 1984) e de “Kaya N’gan Daya” (Gilberto Gil, 2002)

Trechos da entrevista

“Um dia o pai de uns amigos meus chegou com uma caixa e abriu: era um toca-disco. Eu nunca tinha visto um toca-disco na minha vida! Um toca-disco de manivela. Ele chamou as crianças e botou um disco, colocou aquela cabeça grossa, a agulha, e o troço começou a tocar música. ‘É nisso que eu quero trabalhar!'”

“Hoje todo mundo pode viver, mesmo que modestamente, da música que faz. Tem aquele menino que está lá no interior do Recife, e sempre vai ter um festivalzinho, que nem sempre vai ser um grande festival, mas, puf!, ele vai botar o pé lá. Antigamente não tinha nada!”

Palavras mais faladas na entrevista

Para que se tenha uma ideia do que foi dito e destacado pelo entrevistado, utilizamos um sistema de visualização chamado “Nuvem de Palavras”. Quanto mais vezes uma palavra é dita, maior ela aparece.

Palavras mais faladas

O que já disseram sobre ele

“Ele falou que o futuro da música brasileira estava no rock. Ele quase foi execrado por causa disso. E não deu outra: a década de 80 foi marcada pelo rock brasileiro.”
Frejat, vocalista do Barão Vermelho, no vídeo-teaser de lançamento da autobiografia de Midani, “Música, Ídolos e Poder”

“Ele conseguiu no trabalho dele desmentir a tese de que música de altíssima qualidade não pode ser um produto comercial de alta qualidade.”
Washington Olivetto, publicitário, no vídeo-teaser de lançamento da autobiografia de Midani, “Música, Ídolos e Poder”
http://www.youtube.com/watch?v=y3cD5-IPHFc

“[Gilberto] Gil sempre teve aquele complô dele com a Warner, com o André Midani, que ninguém entende. Não sei quem é laranja de quem ali, porque o Gil faz o que quer na gravadora. E esse André Midani também é outro que fica aí defendendo rádio-pirata”.
Fagner, cantor, Terra, 2008 (referência a entrevista recente do executivo, que comentou que “rádios comunitárias são a mídia do futuro”) http://musica.terra.com.br/interna/0,,OI3281284-EI1267,00-Fagner+diz+que+Gil+nunca+vendeu+discos.html

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