Paulo Barros

Carnavalesco

“Hoje há uma referência acadêmica de profissionais, que vêm da Belas Artes, até de Letras – eles entram nesse universo… Mas para aprender a fazer Carnaval efetivamente, tem de ser dentro do barracão da escola.”

Entrevista gravada no dia 24 de junho de 2010 no estúdio Cine & Vídeo, em São Paulo.

Paulo Barros é carnavalesco. Passou por diversas escolas de samba do Rio de Janeiro e já recebeu dois títulos no Carnaval carioca – o último em 2010, pela Unidos da Tijuca, o primeiro no Grupo Especial. Antes de trabalhar no Carnaval, era comissário de bordo. Começou no Grupo de Acesso B em 1994, na escola Vizinha Faladeira. Despontou mais tarde, em 2004, na Unidos da Tijuca, com uma estética surpreendente, materiais alternativos e baratos, além de alegorias “vivas”, teatralizadas, como o histórico carro do DNA, em que pessoas reproduziam uma estrutura de código de DNA. Ali estava inaugurada o que se convencionou chamar de “Era Paulo Barros” – o que faz muitos o compararem a Joãosinho Trinta.

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Alguns dos principais desfiles criados por ele

Carro do DNA, no desfile da Unidos da Tijuca em 2004Bateria da Viradouro em cima de um carro alegórico, no desfile de 2007Comissão de frente da Unidos da Tijuca fez mágica em 2010Carro do DNA da Unidos da Tijuca, no desfile de 2004; na Viradouro, em 2007, a bateria entrou em cima de um carro alegórico; e as mágicas da comissão de frente da Unidos da Tijuca, em 2010.

Trechos da entrevista

“Tem um planejamento minuncioso. A gente tem um cronograma, um calendário a ser seguido. A primeira etapa seria a escolha do tema, a segunda o desenvolvimento desse tema, a gente vai montar essa história. Logo em seguida começam os desenhos de fantasias e alegorias. A partir daí, vamos fazer um protótipo de cada fantasia desta, para que sirva de molde para confecção das roupas subsequentes. Começam-se o processo de execução das alegorias. Em outubro, mais ou menos em outubro, o samba de enredo é escolhido. E aí a gente começa a não mais criar.”

“A pessoa tem que cumprir aquilo com que ela se obrigou a fazer e esta sempre é a minha maior preocupação. Meu medo maior é sempre este, tanto que eu não desfilo, eu sempre fico na concentração, ali na… Nós temos aquela curva de desfile, que é onde a escola entra efetivamente. Eu fico sempre ali, tentando filtrar algum erro e concertando as coisas para que entre na avenida exatamente como a gente programou. É muito estressante. A gente tem que confiar, mas eu confio desconfiando.”

Palavras mais faladas na entrevista

Para que se tenha uma ideia do que foi dito e destacado pelo entrevistado, utilizamos um sistema de visualização chamado “Nuvem de Palavras”. Quanto mais vezes uma palavra é dita, maior ela aparece.

Palavras mais faladas

O que já disseram sobre ele

“Carnaval é, em sua essência, espontaneidade. A Sapucaí não é um palco de teatro. Também tem até um pouco de teatro, ok, mas não é só isso, e nem é isso na maior parte. Estão militarizando as escolas de samba.”
Renato Lage, carnavalesco, em entrevista ao iG (2010)
http://carnaval.ig.com.br/noticias/riodejaneiro/2010/02/05/renato+lage+critica+paulo+barros+a+sapucai+nao+e+palco+de+teatro+9388900.html

“Polêmico, ousado, irreverente, criativo, genial. (…) O primeiro vice-campeonato foi com a impactante pirâmide humana que deu origem ao famoso carro DNA. Dali em diante, o artista não parou mais de surpreender o público com suas criações mirabolantes. Entre as alegorias marcantes que Paulo levou para a avenida com a Tijuca, muitas se destacaram. Entre elas, a que trazia 50 homens caracterizados de drácula e que saíam de caixões de forma coordenada (2005) e a das bicicletas com ETs nas cestinhas, como no filme ‘E.T. – O Extraterrestre’ (2006).”
Reportagem do jornal O Globo (2010)
http://oglobo.globo.com/carnaval2010/rio/mat/2010/02/11/carnavalesco-paulo-barros-mago-da-sapucai-915841722.asp

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