Heloísa Buarque de Hollanda

Escritora, crítica literária e pesquisadora

“Você conhece aquela história do poeta com os originais na gaveta? Não existe! Essa gaveta foi bombeada, explodiu. Você escreve, posta e todo mundo já conhece.”

Entrevista gravada no dia 17 de maio de 2010 no estudio Cine & Vídeo, em São Paulo.

Heloísa Buarque de Hollanda é ensaísta e pesquisadora, formada em Letras Clássicas pela PUC-RJ, com doutorado em Literatura Brasileira na UFRJ e pós-doutorado em Sociologia da Cultura na Universidade de Columbia, em Nova York. Seu campo de pesquisa privilegia a relação entre cultura e desenvolvimento, poesia, relações de gênero e étnicas, culturas marginalizadas e cultura digital. Publicou livros centrais na crítica literária brasileira, como “26 poetas Hoje” (1976), “Macunaíma da Literatura ao Cinema” (1979), “Esses poetas: uma antologia dos anos 90” (1998) e “Enter, uma antologia digital” (2009). Aos 71 anos (nasceu em Ribeirão Preto em 26 de julho de 1939), coordena do Programa Avançado de Cultura Contemporânea da UFRJ, diretora da Aeroplano Editora e curadora do Portal Literal.

Alguns livros e projetos de que participou

26 Poetas Hoje (1979)Enter - Uma Antologia Digital (2009)
Capas dos livros “26 Poetas Hoje” (1976), da autobiografia “Escolhas” (2009) e da antologia “Enter” (2009)

Trechos da entrevista

“Hoje você entra no Google e os professores sabem a metade do que o Google sabe. Então o professor não passa mais informação; se ele passar informação, vai ser menor que a do Google, então não é esse o projeto da educação. Eu acho que o projeto da educação é fazer conexões, é abrir o espaço para o povo, é a sala, não é a vala.”

“É interessante que eu fiz uma antologia que teve um impacto pavoroso, que todo mundo achou que não era poesia, que era uma bobagem, que aqueles meninos não estavam com nada (era o Waly Salomão, o Piva, enfim, Ana Cristina) e então que aquilo não era literatura. Hoje é o cânone da poesia brasileira, este livro é adotado nos vestibulares, então virou literatura.”

Palavras mais faladas na entrevista

Para que se tenha uma ideia do que foi dito e destacado pelo entrevistado, utilizamos um sistema de visualização chamado “Nuvem de Palavras”. Quanto mais vezes uma palavra é dita, maior ela aparece.

Palavras mais faladas

O que já disseram sobre ela

“À primeira vista, Helô Buarque é incongruente e anárquica ou, como ela mesma já disse, ‘meio esquisita’. Digamos que seja. Será? Como definir uma pessoa que não se deixa nunca pegar, que vive em movimento, que está sempre fugindo para frente? E que se diverte em viajar quando se tenta estacioná-la? Que é implausível, ah, isso ela é. Implausível, inquieta, incessante, inconformada. O gosto pelas formas e pelo espaço dessa arquiteta frustrada – arquiteta ou mestre de obras, não se sabe bem – lhe deu também o gosto de desconstruir e de desarrumar – para reconstruir e arrumar.”
Zuenir Ventura, jornalista, no Portal Literal (2009)
http://portalliteral.terra.com.br/blogs/a-autobiografia-intelectual-de-heloisa-buarque-de-hollanda

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