Márcio Meirelles

Secretário de Cultura da Bahia

“Me disse Gil: ‘Estar no palco e administrar um ministério é exatamente igual’. E realmente é isto. Você sabe o que discutiu a vida inteira, pensou, percebeu, ouviu, formulou. É transformar este discurso em ação.”

Entrevista gravada no dia 2 de maio de 2010 no estúdio Cine & Vídeo, em São Paulo.

Márcio Meirelles é diretor de teatro, cenógrafo e figurinista. Em 1990, criou o Bando de Teatro Olodum, antes ligado ao tradicional grupo de música de Salvador, mas independente a partir de 1994. Revitalizou o Teatro Vila Velha com o trabalho no bando, formado apenas por atores negros. É autor do texto e da encenação no teatro de “Ó Paí Ó”, que revelou o ator Lázaro Ramos e depois se tornaria filme financiado pela Globo Filmes. Dirigiu diversos espetáculos de música, de artistas como Tom Zé, Caetano Veloso, Margareth Menezes, entre outros. Foi diretor do Teatro Castro Alves durante o governo de Waldir Pires (1987-1989). Em 2007, foi convidado pelo governador Jaques Wagner para assumir a secretaria de Estado da Cultura.

Algumas produções de que participou

imagem da peça "Ó Paí, Ó"fachada do Teatro Vila VelhaAlunos em oficina do Bando de Teatro Olodum
Imagem da peça “Ó Paí, Ó”, encenação do Bando de Teatro Olodum; fachada do Teatro Vila Velha, em Salvador; e alunos em oficina ministrada pelo bando

Trechos da entrevista

“Eu criei o Bando de Teatro Olodum e, em 1994, a gente assumiu o Teatro Vila Velha, que é um teatro também histórico, um teatro que surgiu em 1964, e foi lá que surgiu a Tropicália, surgiu Caetano, surgiu Othon Bastos… Enfim, tem uma história. E eu fui chamando gente (…) – e de alguma forma era um condomínio de grupos que, de alguma forma, dialogavam entre si, ou não, e coordenar isto era o meu papel. Aí, em 2007, no fim de 2006, o governador Jaques Wagner me convidou para a Secretaria de Cultura, exatamente por conta do meu trabalho no Teatro Vila Velha.”

“O Brasil tem uma questão massificante por causa das redes de comunicação, que meio definem um padrão Brasil para o Brasil inteiro. A gente estava conversando, por exemplo: tem uma única emissora que conseguiu 80% de audiência em determinado momento, em determinado programa. É a coisa mais antidemocrática possível. Como é possível que 80% da população de um país pense igual, queira ver a mesma coisa, comungue do mesmo discurso? Então tem alguma coisa errada aí.”

Palavras mais faladas na entrevista

Para que se tenha uma ideia do que foi dito e destacado pelo entrevistado, utilizamos um sistema de visualização chamado “Nuvem de Palavras”. Quanto mais vezes uma palavra é dita, maior ela aparece.

Palavras mais faladas

O que já disseram sobre ele

“Quando os moradores pobres da comunidade do Unhão começaram a circular livremente pelo Museu de Arte Moderna (MAM), instalado no Solar do Unhão, as coisas começaram a mudar na Bahia. O MAM sempre foi das elites baianas. A começar do restaurante turístico que durante décadas amesquinhou o belo casarão. A mudança deve-se ao secretário de Cultura do governo Wagner, Márcio Meirelles, duramente atacado pelos antigos privilegiados com total espaço na mídia.”
Oldack Miranda, no blog Bahia de Fato (2009)
http://bahiadefato.blogspot.com/2009/01/mrcio-meirelles-cala-as-crticas-da.html

“A princípio, ainda agarrado ao chamado ‘teatro da militância’, Márcio Meirelles viria, anos depois, confrontar sua própria cor e suas próprias vivências para garantir que a cena baiana conseguisse projetar uma camada de artistas negros que ele mesmo afirma ter, até então, como subterrânea.”
Jornal O Povo (2009)
http://opovo.uol.com.br/opovo/paginasazuis/928670.html

“Há na Bahia um caso de comunicação que merece reflexão e, mais do que isso, tomada de posição. Desde o início do governo de Jaques Wagner (PT), o Secretário de Cultura, Márcio Meirelles, diretor teatral nacionalmente respeitado, vem sofrendo duras críticas de parte da intelectualidade baiana e, como desdobramento, de parte da imprensa baiana. À primeira vista, Meirelles é um criador de caso. Na prática, não é nada disso. Meirelles tem personalidade, tem um propósito modernizante e capacidade de realização. Basta se analisar o que ele está levando à prática para constatar o óbvio: está sendo criticado pelas suas virtudes, não pelos seus defeitos.”
Francisco Viana, jornalista, no Terra Magazine (2010)
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4223380-EI6783,00-Um+caso+para+se+olhar+com+atencao.html

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